G.:L.:U.:S.:C - Grande Loja Unida de Santa Catarina – Maçonaria em Santa Catarina

Peça de Arquitetura Apresentada no 9º Encontro da COMAM – Lima (Peru)

COMO REFORMULAR OS PRINCÍPIOS DE LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE NA REALIDADE ATUAL

Fraternidade, Igualdade e Liberdade: desde os primórdios da humanidade, sempre houve uma preocupação não tão clara com essa trilogia como no decorrer da história. O homem é um ser em constante evolução e sua tendência natural é sair do egocentrismo. Ele tem a necessidade de pertencer a um determinado grupo social, seja a família, a escola, o trabalho e tantos outros. A vida em sociedade traz em seu contexto disputas, as necessidades de regras gerais, limites que possibilitem a não invasão dos direitos individuais, já que cada ser humano tem seus valores que constituem um patrimônio aqui falando em dignidade, em sentimento, amor, ódio, conhecimento, intelectualização, desejo, indiferença. São valores intrínsecos visualizados no mundo exterior apenas nas manifestações que cada pessoa deixa exalar de seu corpo, seu espírito, sua alma, mostrando-se como verdadeiramente é, mostrando-se exclusivamente “Ser”.

O Ser Humano tende à Igualdade no Princípio, e à Diferença na Realização. Isto é, ao nascermos, somos muito mais iguais do que ao sermos adultos. Lamentavelmente a maior parte dos sistemas sociais, historicamente registrados, tende a desigualar os indivíduos no Princípio e igualá-los na Realização. Crianças distintas nascem no mundo tendo suas necessidades atendidas de formas radicalmente diferentes. Umas sequer têm o básico, outras têm luxos demais, e suas oportunidades são fatalmente desiguais. Curiosamente, os adultos tendem a serem os mais igualados possíveis dentro das possibilidades do contexto. Estão submetidos às mesmas leis, e com os mesmos direitos e deveres, espera-se deles os mesmos consensos, e quase toda a batalha cultural humana é uma tentativa quase desesperada de fazer o máximo possível de pessoas pensarem da mesma forma.

 Um sistema ideal deveria tratar os humanos com o máximo de igualdade possível na infância, para permitir o máximo de diferença possível na realização. E como a infância vem primeiro, é óbvio que deve receber alguma prioridade.

Liberdade, em filosofia, significa a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. A liberdade é filha da fraternidade e da igualdade; falamos da liberdade legal e não da liberdade natural que é por direito imprescritível para toda criatura humana, desde o selvagem ao homem civilizado.

Sobre Fraternidade: vejamos o termo em uso no Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para os outros em espírito de Fraternidade”.

 Fraternidade, ou Irmandade, é um conceito próximo de Igualdade, mas com uma diferença sutil. Na Igualdade somos todos equivalentes, mas, graças a nossa Liberdade, tendemos a progressivamente nos diferenciarmos, até que o valor da Igualdade fique enfraquecido.

Para compensar essa desigualdade resultante, podemos usar o conceito de Fraternidade, e dizer que apesar de nossa diferença de realização, isso não nos separa essencialmente, pois não só somos originalmente iguais, mas continuamos iguais num certo sentido, e esse é um sentido ainda mais fundamental, que permite ao mesmo tempo a diferença, sem abrir mão da familiaridade, da interconexão entre os membros.

Considerada do ponto de vista de sua importância para a realização da felicidade social, a fraternidade está em primeira linha: é a base; sem ela não poderia existir nem igualdade e nem liberdade sérias; a igualdade decorre da fraternidade, e a liberdade é a consequência das duas outras.

A ideia de fraternidade estabelece que o homem, como animal político, fez uma escolha consciente pela vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de igualdade, visto que em essência não há nada que hierarquicamente os diferencie: são como irmãos (fraternos). Este conceito é a peça-chave para a plena configuração da cidadania entre os homens, pois, por princípio, todos os homens são iguais. De certa forma, a fraternidade não é independente da liberdade e da igualdade, pois para que cada uma efetivamente se manifeste é preciso que as demais sejam válidas.

A fraternidade é à base da trilogia para a realização da felicidade social, sem ela não poderia existir nem igualdade e nem liberdades sérias, a igualdade decorre da fraternidade, e a liberdade é consequência de ambas. Vivendo os homens como irmãos, com os direitos iguais, animados de um sentimento de benevolência recíproco, praticarão entre si a justiça, não procurarão nunca se fazerem mal, e não terão nada a temer uns dos outros. A liberdade será sem perigo, porque ninguém pensará em dela abusar em prejuízo de seus semelhantes.

Fraternidade resume todos os deveres dos homens relativamente uns para com os outros, significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência.  A Fraternidade diz: “Cada um por todos e todos por um.” Colocada em prática, teríamos uma sociedade de homens bons e benevolentes para viverem, entre si, fraternalmente, não haveria entre eles nem privilégios nem direitos excepcionais. A igualdade será a consequência de seus sentimentos, de sua maneira de agir, e se estabelecerá pela força das coisas.

Esses três princípios, que teve ênfase no ano de 1789, com a Revolução Francesa, serviram de ideais para muitas lutas, são vistos como pilares da cidadania, capazes de trazer paz social e justiça a todos os povos. Apesar de avanços, infelizmente os ideais não alcançaram os objetivos propostos pela imortal trindade. Temos que cultivar os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, eles são para os nossos dias. Não são mitos. Precisamos voltar a acreditar neles e em todos os três. E precisamos de entusiasmo em levá-los à prática.

Temos de ser pacientes, mas acima de tudo lutar e avançar na melhoria de nossa sociedade, pois somos conhecedores que é preciso educar para respeitar, educar para trabalhar, educar para ser melhor. Como citado lá no início, a Educação é o caminho para trabalharmos nossa trilogia posto que um sistema ideal devesse tratar os humanos com o máximo de igualdade possível na infância, para permitir o máximo de diferença possível na realização.

Temos consciência de que nossos direitos nos serão assegurados de fato quando forem também garantidos para todos os demais. Então é o momento de se realizar o bem comum. Viemos de diferentes mundos individuais e, por livre escolha, estamos reunidos fraternalmente pensando e labutando para estender, a tantos quantos possam nossos braços alcançar, a ideia de Liberdade, Igualdade e da Fraternidade que, frutificada, embasa as leis que regem a sociedade tornando-a mais justa e perfeita.

“É a desigualdade que devemos combater e não as diferenças, porque estas são enriquecedoras”. Temos que reconhecer a centelha divina depositada em cada ser do planeta Terra e através desse reconhecimento aplicar a tolerância que fará com que aceitemos as liberdades individuais nascidas em cada ser, em cada povo, em cada etnia, em cada grupamento, em todas as manifestações culturais, os direitos de todos. E por esse reconhecimento prosperará a Igualdade e a Fraternidade que devem nos unir na construção de uma sociedade justa e perfeita.

A tolerância é o exercício do amor, e o exercício do amor nos transforma em fraternos, em irmãos, em seres livres e iguais.

Bibliografia:

XR, Marcus Valerio, Igualdade, Liberdade, Fraternidade. Disponível em <http://www.xr.pro.br/Ensaios/Razao Universal>. Acesso em 04 de abril 2013.

Sem autor. Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Disponivel em <http://www.espirito.org.br> Acesso em 06 de abril 2013.

Wikipédia, a enciclopédia livre. Fraternidade/Igualdade/Liberdade. Disponível em <http://www.wikipedia.org>  Acesso em 04 de abril 2013

MONTE, Narciso. Conheça o lema Liberdade, igualdade e fraternidade. Disponível em <http://www.180graus.com>. Acesso em 06 de abril 2013.